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Maternidade ou Carreira, uma escolha cada vez mais difícil de ser tomada

A mulher da década de 50 nem de longe se parece com a mulher atual

Geovana Tortato com a pequena Beatriz.

Mariza Mattos

O papel da mulher na sociedade atualmente, nem de longe se assemelha ao que foi no passado. A mulher era criada para ser mãe, esposa e cuidar de casa, e esse conceito era passado de geração para geração.

Cuidar exclusivamente de casa e dos filhos já não é mais uma obrigação imposta pelos costumes tradicionais. Os estudos e o crescimento profissional agora, também, fazem parte de uma necessidade da mulher moderna. No entanto, a maternidade continua sendo um sonho na vida de muitas mulheres.  Mas, é possível ser mãe e profissional ao mesmo tempo? E quando esses dois sonhos se cruzam, como administrar?

Quando se trata de mercado de trabalho a mulher ainda está percorrendo o caminho da quebra de paradigmas e preconceitos para tentar se igualar ao homem no que diz respeito a direitos, mas quando vem a gravidez, ela se vê obrigada a desviar seus objetivos. Diferente do pai, que consegue continuar levando uma rotina profissional praticamente normal, mesmo com a chegada do bebê.

 

Planejamento da Maternidade

 

Encontrar o momento certo para engravidar é um dilema para muitas mulheres, elas querem ter uma carreira profissional, mas também tem o desejo de ser mãe e conciliar esses dois sonhos se torna um impasse.

Palavras como insegurança, medo, incerteza são características que surgem quando a maternidade chega de surpresa. Quando a gravidez ocorre em um momento de ascensão profissional, após uma promoção ou durante a graduação, a vida pessoal dá uma reviravolta, deixando a mulher perdida sobre o que fazer nessa situação.

Geovana Tortato estava cursando o 4º semestre de jornalismo quando recebeu a notícia de que estava grávida. Dois sonhos da jovem se cruzavam naquele momento e segundo ela, foi bastante planejado.

Ao mesmo tempo em que Geovana sonhava em se tornar uma jornalista, tinha um desejo enorme de ser mãe. Ela decidiu então, tentar engravidar mesmo estando no início do curso. Quando recebeu a notícia da gravidez ficou imensamente feliz, “meu marido e eu ficamos muito felizes, foi muito planejado e foi a melhor coisa que eu e ele fizemos na vida’’, ressalta.

Apesar de ter planejado tudo, ela era “marinheira de primeira viagem”, e por esse motivo, há coisas que ela só descobriu depois de ser mãe. Um deles foi que, ela não conseguiria voltar tão logo à faculdade. Seus planos durante a gravidez eram de voltar assim que passassem os quatro meses da pequena Beatriz, mas depois que a bebê nasceu ela passou a vivenciar todas as experiências de ser mãe e percebeu que naquele momento a prioridade seria a filha, muito mais do que a faculdade.

Hoje, a bebê está com nove meses e Geovana está conseguindo voltar aos poucos a sua rotina profissional. Ela salienta que é possível conciliar trabalho e maternidade, mas não é fácil.

Já Juliana Moreira, conta que não planejou a gravidez, pelo contrário, os médicos disseram que ela tinha ovário policístico, e dessa forma não poderia engravidar, a não ser que fizesse tratamento. Por esse motivo, Juliana parou com o uso de anticoncepcionais, certa de que não engravidaria naquele momento.

Ela está cursando o último semestre de Pedagogia e foi pega de surpresa com a vinda de Guilherme. “Foi uma surpresa! Eu não esperava, mas foi muito bem aceito por toda a família, ficamos muito felizes em saber da gravidez, ele é amado e muito esperado por todos da família’’, enfatiza Juliana.

Por sorte ou destino, Juliana vai conseguir terminar o curso de Pedagogia antes de o bebê nascer, e segundo ela, vai conseguir se dedicar a ele em tempo integral até que ela se sinta segura em deixá-lo numa creche ou algo assim para voltar à rotina. ‘’Vou poder curtir meu bebê até que eu sinta o momento certo para que ele já possa ficar sem a minha presença constante. A minha pós-graduação pode esperar, o Guilherme não’’, salienta.

O que muitas mulheres não sabem, é qual o procedimento que deve ser feito na instituição ao tomar conhecimento da gravidez. Nathiele Cristiane, 20, secretária de uma instituição de ensino superior, explica que quando a acadêmica descobre que está gestante ela precisa trazer um atestado médico, que no caso será de 120 dias, mas são considerados 90 dias pela instituição. As faltas são abonadas e ela faz as provas quando voltar da licença.

 

Voltar ou não ao trabalho?

 

Vivemos numa sociedade altamente competitiva e o período da licença maternidade, muitas vezes, se torna um enigma na vida da mulher, pelo medo de perder espaço profissional. Há sempre a dúvida a respeito do momento certo para retomar à atividade profissional. Curtir mais um tempo com o bebê, acompanhar a fase da criança, ou voltar logo ao trabalho para não ficar desatualizada?

Nem sempre é necessário deixar de lado a vida profissional. Uma alternativa que cresce cada vez mais entre as mamães é o trabalho em casa. Uma escolha que muitas mulheres adotam depois de ter o primeiro filho, para conciliar os papéis de mãe e profissional.

A chegada de um bebê certamente é um momento mágico e único na vida de uma mulher, mas pode ser ainda mais especial quando é planejada.

Geovana Tortato com a pequena Beatriz. Foto: Daniela Cervi
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