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Programa Família Acolhedora de Cascavel é referência nacional

Com 11 anos de existência, ele é considerado o maior do país em termos de adesão

Os botons são presentes de intercambistas estrangeiros encontrados em outros países
A esperança renovada na família acolhedora. Foto: Daniela Cervi

Família Acolhedora é um programa federal, e Cascavel é considerada referência no país, segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A iniciativa atende crianças e adolescentes que foram afastados das suas famílias por algum motivo, como forma de proteção. Mesmo sendo bastante divulgado, o programa ainda gera algumas dúvidas referentes à diferença entre adoção e família acolhedora.

Pois bem, a família acolhedora recebe a guarda provisória da criança, que pode ficar na residência até completar 21 anos. Já no caso de adoção a criança recebe o sobrenome dos pais, se torna filho do casal, com todos os direitos preservados perante a lei, tal qual um filho biológico.

Essas famílias recebem 75% do salário mínimo para ajudar nas despesas das crianças, além disso, uma equipe de profissionais realiza o acompanhamento diário junto às famílias. Esse valor é pago pela prefeitura do município.

O atual juiz da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça, Sérgio Kreus foi um dos idealizados do projeto, quando ainda era juiz da Vara da Infância em Cascavel. Ele explica as vantagens do programa: “A grande vantagem do acolhimento é a possibilidade dessa criança ser cuidada por uma família, ou seja, ter um atendimento individualizado, mais próximo, com a possibilidade de criar vínculos de afeto e afinidade com a família acolhedora, o que normalmente é muito difícil de acontecer num abrigo’’.

A dona de casa, Maria Helena da Silva, 38, concorda com a afirmação. Ela participa do programa há um ano. Atualmente cuida de três irmãos, e conta que tomar essa decisão foi a melhor coisa que já fez. “Eu costumo dizer que recebi essa missão, e devo cumprir. Na verdade fui premiada por poder cuidar dessas crianças. Eles me ensinam muito, todos os dias”.

Jorge (nome fictício),10, é uma das crianças acolhidas por Maria Helena. Ele fala que gosta muito de sua mãe acolhedora, a outra mãe batia muito nele e nos irmãos, assim como o pai, que eles chamam de “Pedrinho espancador”. “Meu pai sempre bebia, daí chegava em casa e espancava a gente, às vezes era com cinta, vara ou com fio de luz”.

Pessoas que têm interesse em participar do programa, devem cumprir alguns requisitos. A coordenadora do projeto Neusa Cerutti, explica quais são: “Para se cadastrar no programa, a pessoa precisa ser maior de idade, residir em Cascavel, apresentar documentos de negativa quanto à antecedentes criminais. Além disso, serão feitas entrevistas com psicólogos e investigação social”, afirma.

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