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Estrangeiros: a adaptação e convergência

de culturas

Apesar da colonização, não é só a cultura europeia que influencia os costumes paranaenses. Ao longo do tempo, pessoas de diferentes nacionalidades foram se instalando e trazendo consigo a cultura do país de origem. A partir de 2010 o fluxo de estrangeiros aumentou ainda mais.

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De acordo com uma pesquisa realizada pela Rais (Relação Anual de Informações Sociais), o Paraná é o segundo maior empregador de estrangeiros do país, perdendo apenas para São Paulo. No fim de 2014 trabalhavam com carteira assinada no estado aproximadamente 14 mil pessoas vindas de outros países e, ao todo, haviam em torno de 119 mil cidadãos trabalhando formal e informalmente. Mas esse cálculo tem crescido todos os anos.

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O número de estrangeiros que trabalham formalmente com carteira assinada subiu 354% em cinco anos. De acordo com o governo do estado, em 2010, eram 3.660 e, no ano passado, esse volume passou para 16.622 – uma diferença de 12.962 pessoas.

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Augusto Alfredo Pineda Hernandez de 34 anos, é técnico em eletrônica, veio de El Salvador para São Paulo e, posteriormente se mudou para o Paraná, onde vive há quase quatro anos. Ele conta, hoje em bom português, que veio principalmente por questões eclesiásticas para concluir um período de treinamento de missões da igreja a qual faz parte.

 

Para ele, a primeira e maior dificuldade foi o idioma. “Você chega a um lugar que você não conhece ninguém, no meu caso compartilha uma casa com alguém que você não conhece e tem que responder as perguntas que eles fazem os questionamentos”, relata. Ele diz que tentava se expressar em espanhol, mas algumas palavras às pessoas não compreendiam e ele precisava dar um jeitinho de explicar.

 

Já o haitiano Amadou Sarah Bah, 27, mudou de vida drasticamente, de jogador de futebol em seu país natal, passou a cuidar de um estacionamento em Cascavel. Para ele além da dificuldade de se comunicar, uma característica brasileira causou muito estranhamento em Amadou: as piadas. “Com o tempo percebi que o brasileiro é muito brincalhão. Às vezes, eu encontrava pessoas e, sem me conhecer, eles já vinham brincando. A Primeira impressão foi que não iria ser fácil suportar ouvir alguém que eu não conhecia, que não tinha a minha confiança, chegar fazendo algum tipo de brincadeira”.

 

Se algumas coisas dificultaram a adaptação, outras ajudaram a criar a sensação de lar. O costume que mais impressiona positivamente o haitiano é a amizade do brasileiro. “Eles criam vínculos de amizade, demonstram os seus sentimentos, são bem transparentes nesse sentido, em pouco tempo trabalhando, tinha fiz amizade com um grupo que jogava futebol, e logo me convidaram para jogar com eles.

 

HAITI

 

Até 2011, profissionais de outros países correspondiam a aproximadamente 0,1% do total de empregados no Paraná. Mas essa proporção cresceu rapidamente a partir de 2012, com a chegada de um grande contingente de haitianos.

 

O Haiti foi devastado por um terremoto no início de 2010, o que levou muitos dos habitantes a buscar trabalho em outros países.

 

Do total de 14,2 mil estrangeiros trabalhando no Paraná no fim de 2014, 5,2 mil eram nascidos no Haiti. Apenas Santa Catarina, com 6,8 mil pessoas, acolheu mais profissionais do país caribenho.

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As diferenças, das sutis as mais marcantes, que os imigrantes trazem, levam e refletem na herança cultural do Estado

O Salvadorenho Augusto Pineda, após 3 anos no Brasil, já fala português fluentemente.

Foto: Diego Cavalcante

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