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Uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas

Hemocentro de Cascavel atende 19 Hospitais e sofre com falta do tipo O+

Diego Cavalcante

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que entre 3% e 5% da população de cada país seja doadora de sangue. Porém no Brasil, apenas 1,8% da população doa sangue. Neste sábado (25), foi comemorado o Dia do Doador Voluntário de Sangue, reforçando a importância. Pouca gente sabe, mas com apenas 1 bolsa de sangue, é possível salvar até 4 vidas.

Segundo a Assistente Social responsável pela captação de doadores do Hemocentro de Cascavel, Eliane Vignatti Avancini, o Banco de Sangue está com o estoque em falta, principalmente do tipo O+. “Todos os dias fazemos um controle de todas as tipagens de sangue, pois temos um estoque ideal que precisamos manter para os 19 hospitais que atendemos”.

Eliane Vignatti Avancini é Assistente Social e responsável pela captação de doadores do Hemocentro de Cascavel. / Foto: Diego Cavalcante
Hemocentro de Cascavel atende 19 Hospitais da região. / Foto: Diego Cavalcante

O O+ é o tipo de sangue mais comum, porém o mais solicitado, pois ele doa para todos os tipos positivos, por isso a dificuldade de manter o acervo. O Hemocentro necessita de pelo menos 80 doadores por dia para conseguir atender a demanda. A CEONC e a Uopeccan são os hospitais que mais recebem doações de sangue em Cascavel e sempre sofrem com a falta de estoque.

A estudante Fernanda Medeiros, doou sangue voluntariamente pela primeira vez. “Estou com um pouquinho de medo, mas a mãe de uma amiga está com câncer, então eu vim para ajudar”. Eliane afirma que o número de doadores é baixo, pois falta solidariedade. "Pacientes que moram longe são os que mais necessitam de doadores voluntários. Pois se você tem família e amigos por perto, é fácil receber doação, porém quando se é um estranho, a população não se solidariza ".

Fernanda Medeiros doou sangue pela primeira vez, sentiu medo, mas foi por uma boa causa. / Foto: Diego Cavalcante

FIM DO ANO

 

No fim do ano, a situação fica ainda mais crítica. Com as festividades, há mais acidentes, como batidas de carro, que muitas vezes exigem transfusões e sobrecarregam os hemocentros. Além disso, em algumas cidades, a população viaja e há redução de doações, como é o caso de Cascavel. Apesar disso, o maior percentual de quem precisa de doação de sangue não são os acidentados, e sim, por motivos de doenças, principalmente portadores de Leucemia e outros tipos de cânceres.

O economista Gabriel Delallo Caus, descobriu que estava com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina nos gânglios. “Começou com uma dor na região do pescoço, até que descobri que era Câncer. Enfrentei a doença por 3 vezes ao longo de 5 anos. Precisei de doação de sangue, de plaquetas e de medula, você mobilizar pessoas próximas é fácil, mas receber doação de estranhos é um gesto de carinho”, conta Gabriel.

Gabriel Delallo Caus e Bruna Padilha: casal exemplo de doador e receptor de sangue. / Foto: Diego Cavalcante

O sangue é insubstituível em atendimentos de urgência, cirurgias, tratamentos de câncer e doenças crônicas - qualquer pessoa pode vir a precisar de sangue um dia. Bruna Padilha é esposa de Gabriel, e conta que quem vivência casos de doença dentro da família, sofre até mesmo mais do que o próprio paciente. “É muito difícil, você fica impotente vendo alguém que você ama passar por uma doença como essa. A gente ajuda como pode, sou doadora de sangue e de medula, não dói nada e é super rápido a doação”, relata Bruna.

De acordo com a Assistente Social. para doar, é preciso ter entre 16 a 69 anos, estar em boas condições de saúde e pesar no mínimo 50kg. “Há impedimentos temporários na doação, por exemplo, estar com gripe, fazer uma tatuagem, há um período em que não se pode doar sangue. Existe também impedimentos definitivos, como pessoas que tiveram câncer, não podem doar sangue. Por isso é feita uma triagem para que a doação possa ser segura”.

Os botons são presentes de intercambistas estrangeiros encontrados em outros países
Doação de sangue é rápida e indolor. / Foto: Diego Cavalcante

Para doar sangue no Hemocentro de Cascavel, atendendo aos pré-requisitos, precisa de um documento oficial com foto. É necessário preencher um cadastro e fazer uma avaliação clínica com o médico, além de um exame de anemia. Passando pela triagem o voluntário já poderá fazer a doação.

As gavetas deveriam estar cheias, mas não é o que ocorre. / Foto: Diego Cavalcante
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