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Conheça mais sobre a equinocultura e o processo de criação dos cavalos
 

Além de dóceis também são sensíveis e necessitam de muita atenção

Natalia Paiva

Você já ouviu falar em equinocultura? Essa é a área da zoologia responsável pela criação de cavalos, normalmente de raças, usados em competições, haras, escolas de equitação e clubes hípicos.

 O profissional da área pode ser formado em Veterinária, Zootecnia ou mesmo Gestão de Equinocultura, cursos nos quais a pessoa irá aprender sobre manejo, saúde, administração e equitação, principalmente quando escolhida a terceira opção.

Hoje, uma das principais áreas de atuação é nas escolas de equitação, e nos esportes, como o hipismo, onde o profissional será responsável não só pela saúde, mas também pelo treinamento e melhoramento genético do animal.

 

 

 

 

Segundo o professor de Medicina Veterinária, Rennê Gomiero, a principal raça de competição hoje, no Brasil, é a BH (Brasileira de Hipismo), que pode ser considerada nova. Para chegar ao resultado atual teve que passar por um processo de melhoramento genético: “ela aceitou muitas cruzas de muitas raças em seus registros, por bastante tempo.”

Entretanto, não é a mais comum. No Brasil, as raças mais conhecidas são a Crioulo, Quarto de Milha, Inglês, Appaloosa e o Pampa, sendo algumas dessas combinações genéticas de outras raças, como comenta o treinador de equinos, Anderson Alceu Alves: “O Pampa é uma raça derivada do Quarto de Milha, o corpo é mesmo, o que muda é a pelagem, que no caso do Pampa é manchada”.

O treinador ainda lembra que para ser realizado o processo de melhoramento genético há uma série de procedimentos a ser seguida, entre eles a escolha dos melhores cavalos em competições e com as melhores características físicas. Porém, isso vai depender de cada raça, “cada raça tem uma medida a ser seguida. Por exemplo, o Crioulo, para confirmar, tem a medida desde a canela até a tampa de cernelha [parte do animal entre a crina e o dorso], se passar ou faltar mesmo que alguns centímetros, o animal não pode ser usado”.

Quando o assunto é treinamento, o profissional deve ter conhecimentos de adestramento, mas não se engane pensando que é algo rápido, o treinamento é realizado de forma contínua e gradativa, e depende muito da área em que o cavalo vai atuar. No caso do esporte, o treinamento é complexo e exige o preparo físico e metal do animal. “Os animais de salto são bastante tardios, só adquirem maturidade e treinamento suficiente em idades mais avançadas. Os cavalos de corrida estreiam nas pistas aos dois anos de idade, enquanto os animais de salto dificilmente antes dos quatro ou cinco anos; só chegando ao seu ponto de maior desempenho, após os 11 ou 12 anos de idade”, diz o professor Rennê Gomiero.

A alimentação é um fator extremamente importante, pois quando não adequada, pode até mesmo levar à morte do animal, como explica Gomiero, “Os cavalos são muito peculiares em relação ao seu sistema digestório e podem ter problemas terríveis e catastróficos devido à alimentação inadequada, causando a ‘Síndrome Cólica Equina’, que é uma das maiores, senão a maior causa de morte na espécie. Alterações na dieta dos animais são evitadas a todo o custo e quando necessárias, são realizadas de forma gradativa.”

Para Anderson Alves, a mudança na dieta deve ser aconselhada pelo zootecnista responsável pela alimentação, pois ele sabe quais os nutrientes que o animal precisa para continuar saudável.

No Paraná, as principais doenças que atingem os equinos são doenças nos cascos, como a broca (fungos nas patas), laminite (afeta o sistema de locomoção) e a Anemia infecciosa equina, que pode levar ao óbito. Vale lembrar que a laminite é causada pela ingestão exagerada de carboidratos ou a mudança repentina de uma dieta.

Mas se você pretende comprar um cavalo, seja para criação, lazer ou competição, saiba que os custos de manutenção do animal não são lá muito baratos. Além do custo do animal, há os equipamentos como sela e elementos de montaria, alimentação, saúde e em alguns casos a estadia do equino.

Uma alimentação regrada e disciplinada é mais do que importante para o desempenho do animal em atividades, sejam elas esportivas ou não. Foto: Natalia Paiva e Lyrian Periolo
O melhoramento genético é um processo de extrema importância, ele pode ser feito por
inseminação artificial, transferência de embrião ou a monta natural. Foto: Natalia Paiva e Lyrian Periolo
Um dos diferenciais de preço na manutenção de um cavalo é se ele será criado em estábulo ou no campo. Normalmente animais de competição são os mais caros em relação aos custos. Foto: Divulgação
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